sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Fundação 25 de Julho pesquisa cultivo de abelhas sem ferrão

Técnico da Fundação mostra caixas com abelhas sem ferrão

Ferroada de abelha dói e ninguém gosta de levar. Mas há uma alternativa para quem se interessa em criar o inseto e não quer se arriscar. A meliponicultura, como é denominada essa criação, é um dos objetos de estudo de técnicos da Fundação Municipal 25 de Julho. Nativas do Brasil, estas abelhas, que possuem mais de 200 variedades, podem representar em médio prazo uma excelente oportunidade no mercado dos apicultores.

Ingo Weinfurter, técnico agrícola da Fundação, diz que a rentabilidade do mel produzido pelas abelhas sem ferrão compensa a baixa produtividade apresentada hoje. “Esta modalidade produz em média 10% de uma produção normal, mas o por ser um mel de excelente qualidade o preço compensa”, explicou. O técnico ainda explica que no futuro a produção pode ser incrementada, apresentando melhora na performance dos produtores. 

O produto, cujo preço do litro pode chegar a R$ 100,00, é mais fluido e cristaliza-se mais lentamente que o da Apis mellifera, a abelha de origem europeia. Com a adoção de técnicas adequadas, é possível coletar de cinco a oito litros ao ano por caixa (usada para substituir os ninhos onde as abelhas se reproduzem e fabricam o mel). 

Aficcionado pela apicultura, Ingo diz que a criação de abelhas sem ferrão tem baixo custo e manejo fácil. “Como as espécies são dóceis, não há necessidade de uso de roupas e equipamentos de proteção para lidar com elas”, conta, demonstrando no pátio da fundação duas caixas com este tipo de abelhas. Outra vantagem é que a atividade pode ser realizada até em áreas urbanas, como o quintal de uma residência, convivendo com pessoas e animais domésticos, desde que haja vegetação na vizinhança.

Unidade didática

Em 2012, na região de Joinville foram produzidas 120 toneladas de mel. Atualmente, a produção está representada por cerca de 80 apicultores cadastrados em associação e outros 60 sem cadastro. “Fora os que produzem por hobbie e para consumo próprio”, diz Ingo. 

Um dos projetos em análise na Fundação 25 de Julho é a criação de uma unidade didática para o desenvolvimento técnico apícola. “A ideia é oferecer capacitação técnica aos produtores a fim de aumentar a produtividade, mas com qualidade e responsabilidade”, enfatiza. 

No projeto, consta a instalação de um apiário com 10 colmeias na Fundação 25 de julho, com objetivo de aprimorar técnicas de manejo apícola e aumentar a produtividade de mel centrifugado. “Serão selecionadas linhagens de abelhas adaptadas às condições locais, preservando o máximo de diversidade genética com aptidão para produzir produtos apícolas e tolerância a doenças e pragas”, concluiu.



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