Meus pais Álvaro e Irma Schiochet completaram sessenta anos de consórcio. Casaram-se no dia 20 de Junho de 1959.
Viveram os primeiros anos no Ribeirão Grande do Norte (Jaraguá do Sul). Lá nasceram dois filhos e se mudaram para a Estrada do Salto (Joinville) em junho de 1963 onde residem até hoje.
Destaco três etapas da vida do casal. A primeira com o nascimento dos filhos e a educação deles na roça. Foram os melhores anos com muito trabalho nas plantações, na base das ferramentas manuais; carroça, foices, pás, cortadeiras, enxadas, enxadões, espadas, etc.. Se cuidada da criação de galinhas e de vacas leiteiras, que por sua vez eram tratadas e ordenhadas todos os dias pela manhã e no fim da tarde. Aliás, fomos leiteiros na região, mas quebramos. Perdemos um belo de um sítio. Só quebra quem trabalha. Os ladrões e parasitas não quebram.
O ponto alto da família eram às noites: lavar os pés na gamela de madeira; a lamparina a querosene; o fogão à lenha para espantar o frio no inverno. Nunca falta a reza do terço (Pai-Nosso, Ave-Marias, e a Salve Rainha com o verso: “A vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas”. Não tinha energia elétrica, nem televisão. Foram os anos mais divertidos.
A segunda etapa com a saída dos filhos de casa. O casal permanece firme no condução dos trabalhos da roça e meu pai torna-se servidor braçal na Prefeitura do Município, assim conseguia uma renda. Minha mãe além de cuidar da casa, dos animais, costurava calças e camisas, ensinou essa arte para as mais jovens através de um projeto da Fundação 25 de Julho.
A última etapa com o pai acamado e a dona Irma com seus 87 anos, que continua milagrosamente jovem dando conta de tudo junto com o Valério nos cuidados do pai e do sítio.
A lição: com todas as dificuldades não fracassaram.
Sou grato pela vida e pela Luz que irradiam para todos. E os nossos malfeitos? Podem ser perdoados?
Valdir Schiochet (artigo publicado no jornal Notícias da Vila, edição de agosto)
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