Mosquito maruim ampliado em microcópio |
A partir do encontro foram definidas algumas linhas de ação para a colaboração mútua entre os municípios. A principal delas se refere à linha de pesquisa elaborada pelo biólogo da Luiz Américo de Souza, da Fundação. A ideia também é de incorporar outras cidades no processo. “Queremos agregar nestes estudos a Associação dos Municípios do Nordeste de Santa Catarina (Amunesc) onde também há registro do maruim”, disse Schiochet.
O maruim ou mosquito-pólvora é um inseto de pequenas dimensões que se reproduz na matéria orgânica em decomposição. É um animal hematófago (as fêmeas se alimentam de sangue para poder reproduzir) e sua picada causa dor, inchaço e em pessoas alérgicas pode causar feridas. Na região de Joinville são quatro as principais espécies: a das arrozeiras, dos bananais, do mangue e do esterco orgânico.
O biólogo Luiz Américo desenvolve pesquisa sobre o mosquito. “É um processo que envolve várias etapas até que se possa chegar a um produto para o controle. Mas da mesma forma como ocorreu com o borrachudo, vamos identificar algum biolarvicida eficaz”, prevê. Atualmente são realizadas coletas, através de armadilhas, para verificar os locais e épocas em que o mosquito se apresenta com mais frequência.
Para intensificar e dar suporte às pesquisas, a Fundação 25 de Julho vai construir um laboratório específico para este tipo de estudo. “Além disso, estamos criando o Núcleo de Pesquisa Aplicada, setor que vai funcionar na Fundação para se dedicar a este e outros temas relevantes para o meio agrícola da cidade”, disse o Valério Schiochet.
Luiz Américo diz que mais armadilhas e criatórios foram montados para avançar a pesquisa, “pois o maruim está no mundo inteiro e a solução que buscamos servirá para todos”. Durante a pesquisa alguns produtos são elaborados e submetidos a testes de laboratório. “Todo o nosso trabalho segue as normas científicas de pesquisa e estamos pesquisando um repelente que será testado no verão para analisar a sua eficácia”, complementou.
A presença em abundância deste inseto na região Nordeste de Santa Catarina apresenta-se como um problema crônico e os métodos de controle calcados em princípios químicos, físicos ou biológicos ainda não se apresentaram totalmente eficazes. “Os prefeitos dos municípios nos procuram e querem uma solução para o problema”, relata Shana Kimi Farias Yamaguchi, analista da Amvali. De acordo com Karine Holler, analista ambiental da Amvali, a infestação do mosquito ocorre principalmente nos municípios de Corupá, Schroeder e interior de Jaraguá do Sul.
Foto de Luiz Américo de Souza, biólogo da Fundação 25 de Julho.
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