Um posto de gasolina foi fechado por suspeita de irregularidades na venda de combustível em Joinville. Durante fiscalização de rotina na manhã deste sábado (25), o Procon verificou que a unidade estaria vendendo etanol no lugar da gasolina aditivada. O posto fica situado no bairro Vila Nova, na zona Oeste da cidade. O dono do estabelecimento não foi localizado pela reportagem.
— Na própria bomba foi colada uma etiqueta onde estava escrito gasolina em cima da que dizia etanol. Eles têm um sistema para ocultar essas irregularidades, dificultando o trabalho dos técnicos — explica Kleber Degracia, coordenador do Procon.
Além do Procon, participaram da fiscalização, que começou por volta das 9h30, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Polícia Civil, o Inmetro e a Fazenda Estadual. Conforme Degracia, os fiscais não conseguiram acessar os tanques que armazenam os aditivos porque eles possuem um sistema de adulteração que dificulta a coleta dos materiais.
O coordenador ainda informou que o mesmo estabelecimento já havia sido fechado, em maio deste ano, após ter sido autuado cobrando preços abusivos durante o período da greve dos caminhoneiros.
Outras irregularidades encontradas
Segundo o delegado Larry Marcelo Rosa, da 2ª Delegacia de Polícia, outras adulterações ainda estão sendo investigadas. Uma delas é de que o consumidor estaria pagando um valor pelo litro, mas na bomba havia um sistema que abastecia uma quantidade menor que a apontada no visor.
— Quando chegamos aqui, não encontramos os donos. Havia dois funcionários que se negaram a falar qualquer coisa, um deles inclusive tentou fugir e quebrou o próprio celular — aponta o delegado.
Os dois funcionários que estavam no local foram questionados pela reportagem, mas não quiserem justificar as irregularidades e nem informar o contato do proprietário. Eles foram conduzidos à Central de Polícia de Joinville para prestar esclarecimentos e a unidade foi interditada pelo Procon. Durante a fiscalização foram coletadas amostras dos aditivos que devem ser periciadas e podem apontar outras adulterações.
O advogado Adalberto Alves, que representa o dono, informou que só irá se pronunciar à imprensa quando tiver os laudos que serão elaborados após a coleta de materiais no local. A fiscalização em outros estabelecimentos da cidade deve continuar nos próximos dias.
Ainda segundo o delegado, os suspeitos podem responder por crime de relação de consumo, previsto na Lei número 8137/1990, com pena de detenção de dois a cinco anos, já que estariam induzindo os consumidores a erro ao realizarem a venda de gasolina aditivada, inserindo, porém, uma substância semelhante a etanol nos automóveis.
Fonte: Jornal A Notícia. Fotos: Gabriela Florêncio/AN.
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