Com 60 anos de idade, uma moradora do bairro Vila Nova, leva uma vida difícil por ter um filho de 41 anos dependente do crack. O "ranchinho" como ela chama uma parte externa da casa simples de madeira virou ponto de usuários conhecidos do filho.
Debilitada pela idade e com outro filho deficiente para cuidar, a situação fugiu do controle. Ela percebeu isso quando presenciou dois homens serem agredidos com golpes de faca em frente a sua casa, no final da tarde de sábado.
- Quando eu vi o rapaz abrindo a jaqueta e pegando um objeto achei que fosse uma arma. Falei 'Jesus me protege'. O rapaz ficou irreconhecível de tanto que apanhou. Nunca tinha visto uma coisa dessa na minha vida. Pensei que ia me dar um ataque de nervos, fiquei confusa, não sabia o que fazer -, relatou ainda impressionada.
Viaturas da polícia chegaram no local em seguida. Uma das vítimas, Valmir da Rocha, de 32 anos, foi levada pelo helicóptero da PM ao Hospital São José com ferimentos graves. A ambulância dos Paramédicos precisou levar a vítima a uma rua mais afastada onde havia condições de pouso para a aeronave. Quando retornou para buscar a segunda vítima, segundo a polícia, o rapaz já havia desaparecido.
Os vizinhos dão palpites sobre a causa das agressões. Eles acreditam se tratar de acerto de contas por causa do tráfico de drogas. Já presenciaram várias discussões até altas horas da madrugada. Uma adolescente de 13 anos, que mora próximo, disse estar acostumada com as confusões. Ela também presenciou a agressão. Contou que dois homens chegaram em uma moto e começaram a briga.
- Uma das vítimas apanhou com o capacete da moto - , relatou a garota.
A dona da casa, cansada de presenciar a entrada e saída de usuários na sua propriedade pretende colocar o rancho abaixo. Quando o filho chegou, após passar uma noite dormindo no mato na companhia de um cachorro, foi logo avisando.
- Eu vou desmontar esse rancho e de agora em diante ninguém coloca mais os pés aqui, o mocó acabou -, desabafou.
Após reclamar com o filho, a senhora murmura mais algumas palavras lamentando a vida que tem levado.
- Nunca imaginei que iria chegar nesta idade me incomodando tanto. Quantas vezes eu disse que conseguiria arrumar uma clínica pra ele, mas não aceita. E a minha vida vai seguindo assim - , concluiu a mulher antes de retornar para a casa com o filho que acabava de chegar da rua. Fonte: A Notícia
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