quarta-feira, 28 de maio de 2014

Produtores de palmáceas participam de curso em Pirabeiraba

Produtores se reuniram na Fundação 25 de Julho
Um grupo de 30 agricultores participa nesta quarta-feira da capacitação em manejo de sementes e mudas de palmáceas. O evento, realizado em Pirabeiraba, é promovido pela Fundação 25 de Julho em parceria com a Epagri. O objetivo do encontro é de disseminar informações para produtores que estão há pouco tempo no negócio e para aqueles que querem aperfeiçoar as técnicas de cultivo.

Na primeira palestra do dia, a técnica da Epagri Terezinha Heck Schallenberger falou sobre sementes, embalagens, mudas, substrato e adubação da pupunha, cultura mais popular na região de Joinville. “Para o cultivo ter bons resultados são necessárias algumas condições específicas, como solos arenosos, bem drenados, com temperatura média anual de 22 graus”, explicou. Além disso, alguns cuidados com o clima são importantes. “A pupunha é uma espécie que não tolera geadas”, adianta. A cultura apresenta maior sensibilidade à geada na fase de formação de lavoura, isto é, desde a fase de viveiro até completar um ano de campo aproximadamente.

No manejo de sementes, o cuidado deve ser com o produto adquirido de terceiros. “Antes de serem semeadas, devem ser imersas em água limpa para reidratação durante um dia, descartando aquelas que flutuarem”, ensina. Para garantir melhor produtividade, a orientação é distribuir as sementes deixando cinco centímetros entre si, e na profundidade de 2 a 3 cm ( 400 sementes / metro quadrado. A germinação inicia-se a partir de 40 dias podendo ir até 5 meses.

O segundo assunto do dia - manejo de pragas e doenças - foi abordado pelo engenheiro agrônomo Alexandre Visconti, também da Epagri. O principal problema nesta área ainda é a falta de um fungicida registrado para o combate das pragas. “Por isso, o que apresentamos aos agricultores hoje são técnicas alternativas através do manejo”, explicou. Uma destas técnicas, a solarização do substrato (terra preparada para o plantio da semente) foi praticada pelos participantes no pátio da Fundação 25 de Julho. “Trata-se de uma técnica para aquecer a 70 graus o substrato, eliminando os principais agentes causadores de doenças”, disse Visconti.

No período da tarde, Aloísio Krüger, que há cinco anos produz mudas e sementes de palmáceas, abre sua propriedade para que os demais agricultores visualizem as práticas de manejo. Presente na capacitação, Krüger disse que o evento é uma boa oportunidade para a troca de experiências e para melhorar a qualidade na produção. Já o produtor Gervásio Burig, de Pirabeiraba, citou a necessidade de mais técnicos da Epagri e da Fundação 25 de Julho para ajudar os produtores, “principalmente especializados no manejo da pupunha”, complementou.

Produção de palmáceas

A região Norte de Santa Catarina é uma das mais fortes produtoras de palmeiras cultivadas. O clima de calor com muitas chuvas beneficia a cultura. “Por ser uma espécie nativa da região amazônica, onde há muito sol e chuva, as palmeiras encontram um clima bastante favorável na região de Joinville e municípios vizinhos”, disse Alexandre Visconti.

Na avaliação da Epagri, o cultivo de palmeiras para consumo de palmito ganha cada vez mais espaço entre as culturas de produção agrícola. Mais de três mil produtores rurais do litoral Norte catarinense têm na produção de palmeiras parte de sua renda. Onévio Zabot, gerente da Epagri em Joinville afirma que em algumas cidades, como Massaranduba, por exemplo, a cultura já ultrapassou a produção de bananas em área plantada. “A produção de palmito é uma grata surpresa para nós e hoje é uma cultura que cresce em média 10% ao ano”, comenta. 

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