domingo, 24 de outubro de 2021

Aumenta incidência de estelionatos na região Oeste


Uma onda de estelionatos tem preocupado as autoridades policiais na região Oeste de Joinville. São crimes que envolvem desde truques antigos, como o conto do bilhete premiado, até negociações falsas de veículos. O tema foi abordado pelo policial Ricardo, representante da Polícia Civil na reunião mensal do Conselho de Segurança do Vila Nova (Conseg).

Entre os golpes que vêm ocorrendo com mais frequência na região estão o falso sequestro, em que marginais ligam para familiares tentando obter algum resgate, a intermediação falsa na aquisição de algum veículo, situação onde muitas vítimas chegaram a depositar o valor do carro; o golpe da substituição de cartão de crédito bancário, em que a vítima muitas vezes passa dados bancários como número da conta e senha para os marginais.

Além destes, também são frequentes os casos de perfil falso no Whatsapp, quando o número é clonado e os bandidos encaminham pedidos de dinheiro para os contatos da lista. Na Internet, também ocorrem os sites falsos de leilão. Muitos chegam a arrematar os itens, depositar o dinheiro, mas nunca mais conseguem o contato para retirar o produto. O golpe dos comunicados de parente que está com o carro quebrado têm levado pessoas ao encontro de bandidos, que se aproveitam da situação para assaltar.

Um crime antigo, mas que ainda engana muita gente é o golpe do bilhete premiado. Nesse caso, o estelionatário oferece um falso bilhete premiado de algum tipo de loteria, normalmente a federal, em troca de um valor bem abaixo do prêmio. Este tipo de golpe é comum entre pessoas idosas, aposentados, principalmente nos períodos de pagamento.

Golpes envolvendo dinheiro também são bastante comuns, como no caso dos empréstimos falsos. Os criminosos fazem anúncios em redes sociais se passando por instituições financeiras de crédito rápido com ofertas tentadoras. Após contato da vítima, os criminosos solicitam o pagamento de uma taxa para a liberação do empréstimo. São solicitados diversos pagamentos, até que vítima perceba que se trata de um golpe e pare de pagar.

Golpe do amor

Uma prática que mexe com os sentimentos da pessoa, mas que no final pode gerar muita dor de cabeça e prejuízo é o golpe do amor.

Os golpistas buscam informações das vítimas em aplicativos de relacionamento e de namoro. O primeiro contato é feito pelo site de relacionamento e depois pelo Whatsapp. Após iniciar conversas amorosas com fotos de uma pessoa fictícia, surgem as falsas declarações de amor e conversas sobre o desejo de se mudar para o Brasil e assim poder viver perto da vítima.

Na sequência, pedem o endereço residencial da vítima e depois afirmam que estão enviando uma caixa (muitas vezes mandam fotos) com joias, numerários e outros itens, que supostamente foram retidos pela Receita Federal. Para retirá-la, a vítima precisa fazer um depósito de um valor, que geralmente varia de R$ 2.500 a R$ 4.000.

Em alguns casos, o golpista afirma que tem um intermediário no envio da tal caixa e pede que todo o depósito ou parte dele seja feito no nome dessa pessoa. Fazem ameaças à vítima e seus familiares caso não efetue o depósito.

Nudes

Os golpistas estudam o perfil de suas vítimas através das redes sociais. Geralmente as vítimas em potencial são homens (podendo também ser mulheres) de meia idade ou mais, casados e com círculo familiar, amigos ou profissional visível nas redes sociais.

O golpista utiliza um perfil falso, muitas vezes com a fotografia de uma jovem bonita e atraente. O contato inicial quase sempre ocorre através do Facebook onde eles começam uma amizade.

Logo a conversa privada passa para o WhatsApp onde a moça encaminha fotos íntimas suas e pede para que a vítima faça o mesmo. A partir dai, outro golpista entra em cena: o suposto pai ou padrasto da jovem, alegando que ela é “menor de idade” e que a vítima estaria praticando pedofilia através da internet, inicia a extorsão. 

Para que o caso não seja levado à polícia, ou para que as fotos íntimas e as conversas privadas não sejam compartilhadas com a esposa, parentes ou amigos da vítima, o golpista exige que seja paga certa quantia em dinheiro por meio de depósito bancário. 

Na dúvida, desconfie

A orientação da polícia para se prevenir é sempre ter cautela nas negociações. Conhecer a pessoa com quem vai negociar e fazê-lo de preferência presencialmente. Nunca acreditar em dinheiro fácil, desconfiar de promoções com preços muito baixo e realizar trocas de cartões diretamente na agência bancária. Nunca passar códigos recebidos no celular para outras pessoas e não enviar fotos íntimas por redes sociais. Outra dica é manter atualizados os contatos telefônicos dos familiares e ligar em caso de dúvida.

Em todos os casos, é sempre importante registrar boletim de ocorrência junto à Delegacia de Polícia Civil para que os fatos sejam apurados e os responsáveis punidos. É possível fazê-lo de forma online, em https://delegaciavirtual.sc.gov.br. 

Fonte: Polícia Civil de SC. Ilustração: https://direitosbrasil.com/estelionato-2/

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