A terceira etapa do “Projeto Agrotóxicos” foi realizada nesta quinta-feira (24), na Estação da Saúde, no bairro Vila Nova.
Durante toda a manhã, uma equipe multidisciplinar formada por profissionais do Centro de Referência em Saúde do Trabalhador da Macrorregião de Joinville (Cerest), da Secretaria da Saúde (SES) e da Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDRural), acompanhou agricultores da região para ações de promoção à saúde.
Além da coleta de sangue para a realização de exame de colinesterase – que detecta a presença ou intoxicação por substâncias existentes em inseticidas ou herbicidas – foram realizadas avaliação de Índice de Massa Corporal (IMC) e encaminhamentos para avaliação auditiva.
De acordo com a coordenadora do Cerest, Aline de França, o “Projeto Agrotóxicos” foi criado em 2015 e acompanha cerca de trinta agricultores que trabalham ou que já estiveram expostos a esse tipo de produto.
Além de verificar as condições de saúde dos participantes, os profissionais que integram o projeto dão orientações sobre como minimizar riscos.
“Nossa orientação é para que os agricultores deixem de usar agrotóxicos e mudem para a agricultura orgânica, ou que minimizem o contato com esses produtos. Também falamos sobre cuidados como lavar as roupas usadas na lavoura separadamente, usar equipamentos de proteção individual (EPIs), verificar o horário em que vai aplicar o produto na lavoura, entre outros”, explica Aline.
Os sintomas mais comuns relatados por pessoas que mantêm contato com agrotóxicos são dores de cabeça e de estômago, enjoos, náuseas, cansaço e irritabilidade. A médio e longo prazo podem desenvolver problemas neurológicos, perda da capacidade auditiva e depressão.
Embora haja resistências para a mudança de comportamento, o “Projeto Agrotóxicos” tem indicadores positivos, conforme conta Aline: “O mínimo de orientação já traz resultados. Alguns agricultores já mudaram a cultura, deixaram de trabalhar com agrotóxicos e hoje têm outra qualidade de vida”.
É o caso de agricultora Maria da Conceição Cardoso, de 55 anos, que desde a infância trabalha na lavoura e, por dez anos, sentiu os danos causados por agrotóxicos. “Sentia muita dor de cabeça, tinha feridas na boca e ficava com o sistema nervoso alterado. Agora, faz cinco meses que não mexo mais com agrotóxicos e os sintomas desapareceram”, conta Maria da Conceição.
A agricultora está no “Projeto Agrotóxicos” desde o início e faz os acompanhamentos regularmente. Hoje, ela leva adiante as orientações que recebe: “Falo para os meninos que trabalham comigo que não devem continuar mexendo com agrotóxicos”.
Fonte: Prefeitura de Joinville.
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