É chegar
o verão, ou mesmo um fim de semana de calor e sol aberto, que a tranquilidade
nas estradas rurais do bairro Vila Nova vai por água abaixo ao longo do rio
Piraí. Os banhistas vindos de outros bairros ou de cidades vizinhas buscam nos
recantos da região uma alternativa de lazer mais perto de casa e longe das
rodovias. O que serve de opção para muitos, no entanto, se torna um problema
para cerca de 150 famílias que vivem na região a cada início de temporada.
O
movimento intenso de visitantes faz com que vários pontos das estradas fiquem
bloqueados por veículos estacionados irregularmente. Os moradores da comunidade
que precisam trafegar nos locais ficam isolados. O atendimento médico em casos
de emergência, como já foi registrado, fica comprometido ou mesmo inviável
quando necessário. Os cinco principais pontos de concentração estão perto de
pontes nas estradas Comprida, do Salto 1, Adolfo Vogelsanger e Piraí.
Contra a
situação que vem se agravando no últimos cinco anos, a Associação de Moradores
da Estrada dos Morros tem se mobilizado para minimizar o problema a partir
desta temporada. Uma das primeiras ações preventivas tem sido a colocação
placas de proibição de parada e estacionamento. Dez placas foram fixadas em
setembro e outras dez devem ser instaladas neste mês. A Polícia Militar promete
intensificar a fiscalização e alerta que quem estiver estacionado em local
irregular será multado. O andamento das medidas foi tema de reunião dos moradores
na última sexta.
Eles lembraram que durante o fim de semana dos dias 14 e 15 de setembro 58 carros foram notificados. De acordo com Ivo Juttel, presidente da associação, na ocasião uma ambulância e um microônibus que transportava pessoas com deficiência ficaram trancados devido ao bloqueio. “Não queremos proibir o lazer das pessoas, mas que tenham conscientização”, disse. No ano passado, até o Natal foi prejudicado. A comunidade ficou sem receber a Mamãe Noel e quase também não pode contar com a presença do Bom Velhinho que, com dificuldade, burlou o congestionamento.
Morador
da Estrada Salto 1, Levino Pietschmann, 71 anos, lembra que há cerca de quatro
anos o resgate do corpo de um homem que morreu afogado na região demorou horas.
A viatura teve que fazer um desvio de 12 quilômetros. Ele informa que os pontos
de maior concentração estão na ponte sobre o rio Piraí, na Estrada Comprida, e
na ponte sobre o rio Salto 1, na estrada de mesmo nome. “É muito complicado. Só
as placas não adiantam. A fiscalização é muito importante”.
Controle
Elenita
Ramos de Souza, subprefeita da região Oeste, destaca que a colocação das placas
foi garantida após solicitação junto ao Ittran (Instituto de Trânsito e
Transporte). Segundo ela, a sinalização e a fiscalização nas áreas já estão
mudando um pouco o comportamento dos banhistas da região. As medidas permitem
que apenas um lado das estradas seja usado para estacionamento. “A gente
não quer impedir as pessoas de terem seus momentos de lazer. No entanto, é preciso
que se tenha um pouco de critério para não prejudicar os moradores da região”,
considerou.
Para o
bem de todos
Conforme Rudinei Floriano, sargento da Polícia Militar que tem articulado as reivindicações da comunidade junto ao 8º BPM (Batalhão de Polícia Militar), estão previstas rondas regulares na região, especialmente nos fins de semana, para fiscalizar e combater os abusos. A polícia também poderá ser acionada pelos moradores quando for necessário. O pedido de uma guarnição específica para cobrir a área, garantido segurança também contra os freqüentes assaltos na região, está sendo avaliado. “É preciso ter o mínimo de regulamentação. Não se está impedindo nada, mas é necessário manter os locais com fluidez. E isso não só para os moradores, é para a própria segurança dos banhistas”, esclareceu.
Fonte: Jornal Notícias do Dia / Foto: Rogério de Souza Jr.
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