Técnicos conferem temperatura de tanques |
Nas lagoas de criação de peixes
da Fundação 25 de Julho a temperatura é de 32 graus no início da manhã. Na
metade do dia chega a picos de 36 graus. O mesmo ocorre nas centenas de
viveiros de tilápias e carpas espalhados pela região rural de Joinville. O
calor registrado nas últimas semanas coloca em risco a produção de peixes em
cativeiro e já começa a atrapalhar também setores da agricultura acostumados
com o clima tropical, como o arroz e a banana. E a previsão é esquentar mais.
Na piscicultura, o problema está
relacionado com a temperatura da água e à falta de oxigenação nos viveiros. A
principal espécie cultivada em Joinville, a tilápia suporta bem o calor, mas a
baixa circulação de água em algumas propriedades e a intensidade do calor
começa a provocar a mortandade de peixes. “Normalmente os peixes maiores são os
que mais sofrem com a falta de oxigênio”, explica o especialista em
piscicultura Roberto Hoppe, gerente da Fundação 25 de Julho.
Nos últimos dias aumentou a
procura por assistência técnica da Fundação 25 de Julho. A orientação de Hoppe
para os produtores é que procurem meios de aumentar a circulação de água fresca
nas lagoas, aumentando a oxigenação. Outra dica é controlar a alimentação dos
peixes. “Com o calor o consumo de ração diminui e se for lançada em excesso
esta ração não consumida acaba se deteriorando e contamina a água”, alerta.
Reflexos na agricultura
Até mesmo as culturas acostumadas
com o calor, como o arroz e a banana, começam a sentir os reflexos do período
de temperaturas altas. Valério Schiochet, presidente da Fundação 25 de Julho,
diz que a preocupação agora é com os resultados na colheita do arroz e na
comercialização da banana. “No caso da banana o que ocorre é o amadurecimento
precoce dos cachos, o que dificulta a venda do produto, pois para ser comercializada
a fruta é precisa sair da propriedade verde”, afirma.
Na rizicultura, onde o sol e a
água são fatores indispensáveis para a produção, o calor em excesso pode
comprometer a floração que precede o grão. “Estamos praticamente em época de
colheita e neste período a falta de água não prejudica, mas o sol intenso
queima a flor e isso compromete os resultados na colheita”, diz Ricardo Werner
Plotow, gerente da Fundação. “O tamanho deste prejuízo nós vamos saber daqui a
40 ou 60 dias, quando contabilizarmos os números da safra 2013-2014”,
complementa Ricardo.
A preocupação agora é com a previsão
para os próximos dias. “Não há perspectivas para a diminuição do calor e
precisamos estar preparados para encontrar alternativas a fim de minimizar os
impactos na agricultura”, projeta Valério Schiochet.
Fonte: Prefeitura de Joinville - Foto: Phelipe José
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