Prejuízos com o arroz ainda serão contabilizados |
O período prolongado de calor combinado com a escassez de
água deste início de ano já compromete os resultados agrícolas no meio rural de
Joinville. Em culturas como a banana, as hortaliças e a criação de peixes os
prejuízos já alcançam 30% da produção. O calor também causa estresse em
animais, refletindo diretamente na baixa produtividade de leite, carne, lã e
ovos. Nos casos mais extremos, a mortalidade, principalmente de peixes e aves,
mas também de suínos. A Fundação 25 de Julho atua na orientação aos produtores
e sugere alternativas para amenizar o desconforto calórico.
O engenheiro agrônomo da Fundação 25 de Julho, Ricardo
Werner Plothow, explica que com as altas temperaturas os vegetais estão
sofrendo principalmente com a falta de água para irrigação. “Ainda é cedo para
avaliar as perdas nas as lavouras de arroz, pois este calor tem efeito apenas
sobre o desenvolvimento da flor”, diz. “Possíveis perdas só serão verificadas
na colheita da lavoura, que ocorre nos próximos 40 dias”, complementa.
As lavouras de banana estão sofrendo mais pela falta da água
do que a altas temperaturas, fazendo com que as frutas fiquem mal formadas, com
pouca espessura e amadurecimento precoce. “Estima-se um prejuízo para o período em torno
de 30 a 40%”, projeta Ricardo. As culturas de raiz como o aipim, batata doce,
cará, entre outras, estão reagindo bem ao sol intenso, mas as folhosas em
lavouras onde a irrigação é deficiente as perdas podem chegar a 30%. Nestes casos
a irrigação eficiente ainda é a melhor alternativa.
Os animais de produção também sofrem com o calor. “Eles não
se alimentam adequadamente, refletindo diretamente na baixa produção de seus
derivados”, relata Júio Cesar Pisa, médico veterinário da Fundação 25 de Julho.
A orientação que o veterinário repassa para os produtores é de que proporcionem
sombreamento nas pastagens, com água fresca e de fácil acesso. “Para animais
que ficam confinados, principalmente bovinos e suínos, a sugestão é dar duchar
de água fria diariamente”, orienta.
Na piscicultura, onde 90% da produção são de tilápias, o
problema maior é a temperatura da e a oxigenação da água. Apesar das
temperaturas na maioria dos casos não serem consideradas letais, o longo
período em condições estressantes esgota a tolerância da espécie. “O peixe não
se alimenta, trazendo deficiências nutricionais, predispondo às enfermidades e
fragilidade ao manejo”, diz o engenheiro agrônomo Roberto Hoppe, gerente de
Unidade de Infraestrutura e Treinamento Rural da Fundação 25 de Julho.
As dicas de Hoppe para atenuar as perdas estão todas ligadas
à melhoria na qualidade da água. “A renovação da água, além de melhorar sua
qualidade ainda pode baixar a temperatura ambiente. Além disso, sugere-se
reduzir a quantidade de ração, pois o excedente pode se deteriorar. É possível
também o uso de aeradores mecânicos, para melhorar os níveis de oxigênio
dissolvido e da resistência do peixe a ambientes adversos”, recomenda.
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