A combinação de fatores como calor,
chuva, desmatamento das margens e despejo de matéria orgânica nos rios está
provocando maior incidência do borrachudo na zona rural de Joinville neste
verão. A reação da Prefeitura, em ação conjunta da Fundema (órgão ambiental) e
Fundação 25 de Julho (desenvolvimento rural), é a montagem de um grupo de
trabalho para intensificar o monitoramento dos pontos mais afetados.
Estão envolvidos nesse trabalho
técnicos da Prefeitura e da Prestadora de Serviços Augustus, empresa responsável
pelo combate sistemático ao inseto com aplicação do biolarvicida biológico BTI
(Bacillus Thuringlensis Israelensis).
O simulídeo, denominado popularmente
de borrachudo, é um pequeno mosquito de cor escura que vive em todos os
lugares, especialmente na beira de rios e matas próximas das casas. Sua picada
é dolorida e produz pequeno hematoma que produz intensa coceira. Seu meio de
reprodução são as águas correntes oxigenadas.
Quem pica o homem são as fêmeas do
inseto, que necessitam do sangue humano para maturar seus órgãos reprodutivos.
O ciclo de reprodução, desde a cópula até a postura dos óvulos, nascimento das
larvas, pupas e dos insetos, é de 30 dias.
Até o final dos anos 90, quando a
Prefeitura adotou um esquema terceirizado de combate, o borrachudo representou
um preocupante problema social no meio rural de Joinville. Desde então, a
aplicação sistemática de larvicida e política de proteção ambiental, o mosquito
está sob controle.
No verão, contudo, segundo explica o
presidente da Fundação 25 de Julho, Valério Schiochet, a população dos
borrachudos tende a aumentar em razão das chuvas intensas, maior afluxo de
pessoas na área rural e despejo de matéria orgânica nos rios, como esterco e
dejetos humanos. “Em função dessa realidade, a partir desta semana estamos
intensificando o monitoramento em ação conjunta com a Fundema e a empresa que
aplica o larvicida”.
Teoricamente, as 17 mil pessoas que
moram na zona rural de Joinville são alvo dos borrachudos. O controle
sistemático, feito durante todo o ano, consiste na aplicação quinzenal do
larvicida em 6 mil pontos. A diretora executiva da Fundema, Raquel Migliorini,
explica que a aplicação do larvicida obedece a critério técnico que leva em
conta a vasão dos rios. “O que provoca a maior proliferação são a retirada da
mata nas margens dos rios, que cria áreas de remanso, onde as larvas se
multiplicam. Há também a presença de mais matéria orgânica que alimenta o
inseto”, explica.
A diretoria da Fundema informa também
que aralelamente à aplicação do biolarvicida, a fundação está contratando os
serviços da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que tem um núcleo de
pesquisa exclusivo para simulídeos. “Nossa intenção é conseguirmos o
diagnóstico para um efetivo controle biológico, melhoria da qualidade ambiental
e a dispensa do uso do biolarvicida”, explicou.
Como controlar
- Proteger as margens dos rios. Elas
abrigam pássaros e insetos que se alimentam de borrachudos.
- Não jogar esterco ou dejetos
humanos nos córregos e rios.
- Construir esterqueiras ou utilizar
fossa.
- Manter limpo o leito dos rios,
retirando galhos da água.
- Não pescar fora de época nem usar
redes e tarrafas. Os pequenos peixes são devoradores das larvas do borrachudo.
- Libélulas, aranhas, rãs, sapos e
lagartixas também comem as larvas.
Fonte: Prefeitura de Joinville
Fonte: Prefeitura de Joinville
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