Artigo bem propício para o momento. O texto é do jornalista Celso Vicenzi.
Impossível não pensar na arrogância humana diante da fragilidade da vida. Nada parece abalar as nossas rotinas até que, tudo aquilo que parecia tão firme, desaparece de repente. Submetido às forças da natureza, o que é sólido se desfaz em instantes. O tempo de vida, uma promessa cada vez mais longa para os humanos, pode esvair-se numa ínfima fração de tempo. Diante de situações que não controlamos, não há muito o que fazer. O planeta, desde que começou a abrigar as primeiras formas de vida, nunca foi lugar seguro para nenhuma espécie – 90% delas já desapareceram, dizem os cientistas. O que leva à conclusão de que o destino de todos os seres vivos é a inevitável extinção e o surgimento de outras espécies. Pelo menos até o desaparecimento do Sol, previsto para daqui a uns 5 bilhões de anos, quando também os planetas em seu entorno serão pulverizados. Mas o ser humano tem acelerado o relógio do tempo, desnecessariamente. Porque elegeu um modelo de sociedade que destrói rapidamente o próprio habitat. Ao interferir de forma tão contundente na natureza, desencadeou reações cada vez mais frequentes e de incontrolável agressividade: enchentes, deslizamentos, secas e incêndios – entre outros fenômenos naturais.
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