Artesãos e produtores de alimentos artesanais da área rural de Joinville ingressaram nesta terça-feira (29) em um novo desafio: criar produtos que tenham identidade cultural. A ajuda virá do Viartesanias, projeto de Formação em Cultura aprovado pelo Sistema Municipal de Desenvolvimento pela Cultura (Simdec) e que tem apoio da Fundação 25 de Julho, onde ocorrerá a capacitação.
A aula inaugural ocorreu na tarde de terça-feira. São 58 inscritos, a maioria mulheres dos 17 grupos de Desenvolvimento da Mulher Rural da Fundação 25 de Julho. “O projeto chega para ajudar no resgate da identidade cultural, na capacitação das mulheres do meio rural e também como um ganho econômico para as famílias. Também é um presente para as comemorações dos 50 anos da Fundação”, destaca o presidente do órgão, Valério Schiochet.
O curso terá duração de sete meses e será dividido em duas fases: de formação, com aulas sobre Joinville, suas referências culturais e a Metodologia 3D’s para o desenvolvimento de produtos artesanais; e de assessoramentos, quando cada artesão será acompanhado individualmente para o desenvolvimento de sua criação. Os produtos devem ser expostos na Festa das Flores deste ano e na Casa Kruger, adiantou Valério Schiochet.
O projeto Viartesanias foi proposto pela artesã e graduanda em Artes Visuais pela Universidade da Região de Joinville (Univille), Rita da Costa. Ela já havia desenvolvido o projeto em 2015, na Univille, também pelo Simdec. Da formação, surgiram 25 novos produtos de referência cultural.
Neste ano, o trabalho é direcionado aos artesãos do meio rural. “Vamos trazendo estímulos e assessoramos o aluno a pensar novos produtos. Ele se descobre autor, criador”, explica Rita.
A assistente social da Fundação 25 de Julho, Jaqueline do Rocio Alves Coelho, participou da formação realizada em 2015, até para incentivar as mulheres do meio rural a participar da formação deste ano. “Será importante para que elas saibam reconhecer, no artesanato, a vida delas”, enfatiza.
Exemplos de empreendimento
As artesãs Rosana de Sequeira e Ana Carolina de Liz, mãe e filha, estiveram na aula inaugural para dar o seu exemplo. Elas participaram da formação em 2015, e da experiência surgiu o empreendimento “Funcionárias”, de confecção de bolsas. O nome faz relação com a flor Funcionária, que Rosana plantava com a tia que a criou, e com as indústrias da cidade, já que o produto é feito com retalhos de tecidos de confecções que produzem uniformes para empresas de Joinville.
São usados apenas tecidos novos, que antes eram descartados no aterro sanitário. O produto é comercializado dentro de uma caixa cinza. “Uma caixa, por lembrar o formato de uma indústria, e cinza, por lembrar os dias chuvosos de Joinville. As bolsas têm ainda aroma de terra molhada e grama cortada e levam carimbos com o desenho de uma bicicleta e que registram um produto 100% de Joinville e 80% de resíduo industrial”, explica Rosana.
As bolsas são comercializadas na Feira do Príncipe e pelas redes sociais. A filha Ana Carolina acrescenta que já surgiram novos produtos, como as bolsas-saco, saquinhos multiuso e bolsas porta-projetos.
A proponente do projeto, Rita da Costa, também dá o exemplo da aluna e artesã Aurea Pfiffer Sherif. Ela entrou no projeto realizado em 2015 dizendo que trabalharia com caixas. Em uma das aulas, um historiador trouxe detalhes da imigração, e ela se encantou com os austríacos. “Daí surgiu o boneco Igor, e hoje ela trabalha este produto fazendo o resgate de outras famílias”, explica.
Fonte: Prefeitura de Joinville. Fotos: Rogerio da Silva
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