Foto Phelipe José/Secom |
Aproximadamente 60 mil alevinos foram comercializados na primeira semana da safra 2016 de tilápias na Fundação 25 de Julho, em Pirabeiraba. A projeção do setor para o ano é de que pelo menos 600 mil unidades sejam vendidas no período.
O público que procura a Fundação para adquirir filhotes de tilápia é composto por três tipos de consumidores: agricultores de subsistência, piscicultores amadores e produtores rurais voltados à produção comercial.
O agricultor Alfredo Artmann produz tilápias há 30 anos. Morador da Estrada do Pico, em Pirabeiraba, o produtor tem 11 lagoas em sua propriedade e garante que vender peixe ainda é um bom negócio. “Estou levando hoje dois mil alevinos, mas vou precisar de mais”, adianta.
Valdir Niehues e Ricardo Lepper vão investir na piscicultura pela primeira vez. Compraram 20 mil filhotes de tilápia para criar em lagoas na Estrada do Salto II, região rural do bairro Vila Nova. “Em mais ou menos 9 meses queremos começar a comercializar peixes com 700 ou 800 gramas”, prevê Valdir. A estimativa de lucro é de R$ 1 para cada alevino.
A piscicultura é atividade que vem atraindo cada vez mais adeptos no meio rural da cidade. Com produção de 800 toneladas ao ano, a modalidade já é a terceira maior atividade agrícola do município, ficando atrás somente do arroz e da banana.
Hoje são 219 produtores oficialmente cadastrados. Destes, 58 são considerados profissionais, que têm na produção de peixes sua principal fonte de recursos. Outros 161 são semiprofissionais, para quem a piscicultura é segunda opção de renda. Fora estes, existem ainda mais de mil produtores ocasionais, que se espalham por toda região rural.
Incentivo à produção
Hoje a Fundação 25 de Julho vende os alevinos que produz. Mas este modelo vai mudar. Segundo o presidente Valério Schiochet, a partir do próximo ano a ideia é de encerrar as vendas e promover a doação de alevinos para famílias de produtores de subsistência, como forma de incentivar o cultivo. “Nosso foco não é competir com produtores de alevinos profissionais”, explica.
Uma nova modalidade de cultivo também deve começar a funcionar neste ano. O cultivo de espécies nativas. Com esta ação a Fundação pretende resgatar a produção e o consumo de outros tipos de peixe, tradicionais no meio rural joinvilense, conciliando a produção com o plano de manejo das Áreas de Proteção Ambiental. “Um exemplo é o lambari, que tem forte comercialização em outros centros e em Joinville sua produção pode ser potencializada”, avalia Schiochet.
Equipe especializada
Com uma equipe formada por 10 pessoas, a Fundação conta com gente especializada no assunto. O engenheiro agrônomo Roberto Hoppe, responsável pelo setor, tem mestrado em aquicultura.
Outra mestra na área é a oceanógrafa Fernanda de Queiroz, que atua no laboratório de alevinos e faz o acompanhamento da produção junto aos agricultores. O setor ainda conta com a veterinária Suzane Pahl-klitp, o técnico agrícola Marciano Lopes e mais seis servidores que atuam na estação.
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