Texto oportuno encaminhado pelo colega Rafael O. de Sena. Vale a pena a leitura.
Os tipos que se apresentam...
Enfim entramos no mês das
eleições... O leitor já deve estar recebendo visitas dos candidatos. Os carros
de som despejando propostas nas ruas, santinhos começam a rechear as caixas de
correspondência nas casas. O cenário se repete de dois em dois anos. Para
alguns é uma chateação, para outros a oportunidade de conseguir uma boquinha e
ganhar uns trocados no trabalho da campanha.
E trabalho é o que não falta para quem quer alcançar uma
vaga no Legislativo. São mais de 300 pessoas que se candidatam a um lugarzinho
no sol, ou na sombra, conforme as intenções de cada um. Precisa panfletar,
visitar, anunciar, transportar, divulgar, convencer, andar, andar e
andar... Alguns precisam convencer 3 mil
pessoas. Para outros a tarefa é mais difícil e a meta pode chegar a mais de 4
mil votantes. Depende dos concorrentes
dentro de cada partido.
Daí vem os tipos, que nos referimos aí em cima, no título.
Tem pra todo gosto. No Vila Nova, por exemplo, temos mais ou menos uns 14
candidatos ao Legislativo. Tem aquele que nunca se aventurou e vai entrar “pra
ver como é”. Esse entra com tranqüilidade, sem obrigação de fazer bonito, pois
poderá depois dizer “a primeira é só para experimentar”... Depois vem aquele
que já é e vai tentar chegar lá mais uma vez. Este precisa trabalhar em dobro,
porque tem que convencer os de antes e os de agora, com o prejuízo da rejeição
inevitável de quem já está no poder. Mas está no jogo.
Tem também o time dos que adoram uma festa. Estes conseguem
atrair muitos eleitores. Muita cerveja, churrasco, música, favores...tudo antes
da eleição. Tem eleitor que não quer mais nada. Fica quatro anos só esperando
por isso... Só que depois... A ressaca eleitoral quase sempre é dolorida.
Há um outro grupo daqueles que tem reais chances de chegar.
Talvez tenham uma boa proposta, sejam até honestos e reconhecidos na comunidade
(isso está em extinção, creiam). Mas ainda dependem do fator financeiro. Sem
recurso não há cabo eleitoral que dê conta do recado. Só na lábia não vai....
Mas sempre resta uma esperança e eles continuam na luta. Por fim, existe uma
espécie, talvez a pior delas, que quer ver o circo pegar fogo... Estes são
aqueles que não se importam com a quantidade de votos. São despreparados, não
têm a mínima noção do que seja o Legislativo, enfim, sabem que não têm
condições de ganhar. O importante é concorrer pra depois conseguir “uma vaguinha” em emprego público. É fácil
identificar estes. Sua principal característica é falar mal dos outros
candidatos.
Do outro lado do balcão estamos nós. Pobres e mortais
eleitores, que temos a obrigação de votar e tentar escolher entre eles um que
seja de confiança (?)... O consolo é que ainda é possível investigar, olhar, ouvir,
perceber e tentar separar o joio do trigo...
Um comentário:
Rafael, parabéns pelo comentário. Inteligente, de fácil leitura e interpretação. Que todos os eleitores saibam utilizar o consolo a que você se refere.
Elpidio Zimmermann
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