domingo, 26 de agosto de 2018

Posto é fechado por suspeita de vender etanol no lugar de gasolina no Vila Nova

Um posto de gasolina foi fechado por suspeita de irregularidades na venda de combustível em Joinville. Durante fiscalização de rotina na manhã deste sábado (25), o Procon verificou que a unidade estaria vendendo etanol no lugar da gasolina aditivada. O posto fica situado no bairro Vila Nova, na zona Oeste da cidade. O dono do estabelecimento não foi localizado pela reportagem. 

— Na própria bomba foi colada uma etiqueta onde estava escrito gasolina em cima da que dizia etanol. Eles têm um sistema para ocultar essas irregularidades, dificultando o trabalho dos técnicos — explica Kleber Degracia, coordenador do Procon. 

Além do Procon, participaram da fiscalização, que começou por volta das 9h30, a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a Polícia Civil, o Inmetro e a Fazenda Estadual. Conforme Degracia, os fiscais não conseguiram acessar os tanques que armazenam os aditivos porque eles possuem um sistema de adulteração que dificulta a coleta dos materiais. 

O coordenador ainda informou que o mesmo estabelecimento já havia sido fechado, em maio deste ano, após ter sido autuado cobrando preços abusivos durante o período da greve dos caminhoneiros. 
Outras irregularidades encontradas

Segundo o delegado Larry Marcelo Rosa, da 2ª Delegacia de Polícia, outras adulterações ainda estão sendo investigadas. Uma delas é de que o consumidor estaria pagando um valor pelo litro, mas na bomba havia um sistema que abastecia uma quantidade menor que a apontada no visor.

— Quando chegamos aqui, não encontramos os donos. Havia dois funcionários que se negaram a falar qualquer coisa, um deles inclusive tentou fugir e quebrou o próprio celular — aponta o delegado. 

Os dois funcionários que estavam no local foram questionados pela reportagem, mas não quiserem justificar as irregularidades e nem informar o contato do proprietário. Eles foram conduzidos à Central de Polícia de Joinville para prestar esclarecimentos e a unidade foi interditada pelo Procon. Durante a fiscalização foram coletadas amostras dos aditivos que devem ser periciadas e podem apontar outras adulterações. 

O advogado Adalberto Alves, que representa o dono, informou que só irá se pronunciar à imprensa quando tiver os laudos que serão elaborados após a coleta de materiais no local. A fiscalização em outros estabelecimentos da cidade deve continuar nos próximos dias.
Ainda segundo o delegado, os suspeitos podem responder por crime de relação de consumo, previsto na Lei número 8137/1990, com pena de detenção de dois a cinco anos, já que estariam induzindo os consumidores a erro ao realizarem a venda de gasolina aditivada, inserindo, porém, uma substância semelhante a etanol nos automóveis.   
Fonte: Jornal A Notícia. Fotos: Gabriela Florêncio/AN. 

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