sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Fundação 25 de Julho lança cartilha sobre maruim

Luiz Américo é pesquisador da Fundação 25 de Julho
A Fundação 25 de Julho começou a distribuir nesta semana em Joinville e região a cartilha sobre o mosquito maruim. Elaborado a partir dos estudos iniciais de técnicos da fundação e da Associação dos Municípios do Vale do Itapocu (Amvali) o manual é uma das ações propostas nas reuniões para orientar a comunidade sobre métodos de prevenção e ações para evitar a proliferação do mosquito, presente em praticamente todos os municípios da região.

No documento constam informações que identificam o mosquito, sua origem, habitat, como se reproduz e maneiras paliativas de controlar sua infestação, uma vez que por enquanto não há métodos definitivos de combate. “A pesquisa sobre o maruim é realizada pelos técnicos, que já concluíram a fase de experimentos no campo. Agora eles partem para as análises de laboratório”, explica o presidente da Fundação 25 de Julho, Valério Schiochet.


O maruim ou mosquito-pólvora é um inseto de pequenas dimensões que se reproduz na matéria orgânica em decomposição. É um animal hematófago (as fêmeas se alimentam de sangue para poder reproduzir) e sua picada causa dor, inchaço e em pessoas alérgicas pode causar feridas. Na região de Joinville são quatro as principais espécies: a das arrozeiras, dos bananais, do mangue e do esterco orgânico.


O biólogo Luiz Américo desenvolve pesquisa sobre o mosquito. “É um processo que envolve várias etapas até que se possa chegar a um produto para o controle. Mas da mesma forma como ocorreu com o borrachudo, vamos identificar algum biolarvicida eficaz”, prevê. Atualmente são realizadas coletas, através de armadilhas, para verificar os locais e épocas em que o mosquito se apresenta com mais frequência.


Para intensificar e dar suporte às pesquisas, a Fundação 25 de Julho vai construir um laboratório específico para este tipo de estudo. “Além disso, estamos criando o Núcleo de Pesquisa Aplicada, setor que vai funcionar na Fundação para se dedicar a este e outros temas relevantes para o meio agrícola da cidade”, disse o Valério Schiochet.


Luiz Américo diz que mais armadilhas e criatórios foram montados para avançar a pesquisa, “pois o maruim está no mundo inteiro e a solução que buscamos servirá para todos”. Durante a pesquisa alguns produtos são elaborados e submetidos a testes de laboratório. “Todo o nosso trabalho segue as normas científicas de pesquisa e estamos pesquisando um repelente que será testado no verão para analisar a sua eficácia”, complementou.


A presença em abundância deste inseto na região Nordeste de Santa Catarina apresenta-se como um problema crônico e os métodos de controle calcados em princípios químicos, físicos ou biológicos ainda não se apresentaram totalmente eficazes. “Os prefeitos dos municípios nos procuram e querem uma solução para o problema”, relata Shana Kimi Farias Yamaguchi, analista da Amvali. De acordo com Karine Holler, analista ambiental da Amvali, a infestação do mosquito ocorre principalmente nos municípios de Corupá, Schroeder e interior de Jaraguá do Sul.


Como controlar o maruim


Por enquanto não existem bioinseticidas oficialmente registrados para o combate do maruim. Para amenizar os ataques as pessoas podem adotar medidas preventivas, como:
- Utilização de óleos à base de citronela, cravo e folhas de nem aplicados no ambiente.
- Utilização de telas de proteção tipo voal nas portas e janelas das casas e escolas.
- Eliminação de matéria orgânica nas imediações das propriedades.


Como contribuir para diminuir a infestação do maruim


- Evitar o acúmulo de matéria orgânica como madeiras apodrecidas, cascas de árvores, esterco e lama.
- Cobrir com plástico touceiras de bananeiras e de árvores cortadas que acumulam água.
- Manter limpos quintais e terrenos baldios.

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