terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Produção agrícola sente os reflexos das altas temperaturas


Técnicos conferem temperatura de tanques
Nas lagoas de criação de peixes da Fundação 25 de Julho a temperatura é de 32 graus no início da manhã. Na metade do dia chega a picos de 36 graus. O mesmo ocorre nas centenas de viveiros de tilápias e carpas espalhados pela região rural de Joinville. O calor registrado nas últimas semanas coloca em risco a produção de peixes em cativeiro e já começa a atrapalhar também setores da agricultura acostumados com o clima tropical, como o arroz e a banana. E a previsão é esquentar mais. 

Na piscicultura, o problema está relacionado com a temperatura da água e à falta de oxigenação nos viveiros. A principal espécie cultivada em Joinville, a tilápia suporta bem o calor, mas a baixa circulação de água em algumas propriedades e a intensidade do calor começa a provocar a mortandade de peixes. “Normalmente os peixes maiores são os que mais sofrem com a falta de oxigênio”, explica o especialista em piscicultura Roberto Hoppe, gerente da Fundação 25 de Julho. 

Nos últimos dias aumentou a procura por assistência técnica da Fundação 25 de Julho. A orientação de Hoppe para os produtores é que procurem meios de aumentar a circulação de água fresca nas lagoas, aumentando a oxigenação. Outra dica é controlar a alimentação dos peixes. “Com o calor o consumo de ração diminui e se for lançada em excesso esta ração não consumida acaba se deteriorando e contamina a água”, alerta. 

Reflexos na agricultura

Até mesmo as culturas acostumadas com o calor, como o arroz e a banana, começam a sentir os reflexos do período de temperaturas altas. Valério Schiochet, presidente da Fundação 25 de Julho, diz que a preocupação agora é com os resultados na colheita do arroz e na comercialização da banana. “No caso da banana o que ocorre é o amadurecimento precoce dos cachos, o que dificulta a venda do produto, pois para ser comercializada a fruta é precisa sair da propriedade verde”, afirma. 

Na rizicultura, onde o sol e a água são fatores indispensáveis para a produção, o calor em excesso pode comprometer a floração que precede o grão. “Estamos praticamente em época de colheita e neste período a falta de água não prejudica, mas o sol intenso queima a flor e isso compromete os resultados na colheita”, diz Ricardo Werner Plotow, gerente da Fundação. “O tamanho deste prejuízo nós vamos saber daqui a 40 ou 60 dias, quando contabilizarmos os números da safra 2013-2014”, complementa Ricardo.

A preocupação agora é com a previsão para os próximos dias. “Não há perspectivas para a diminuição do calor e precisamos estar preparados para encontrar alternativas a fim de minimizar os impactos na agricultura”, projeta Valério Schiochet. 

Fonte: Prefeitura de Joinville - Foto: Phelipe José

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